Um artista espanhol criou, com base em dez anos de estudos do Santo Sudário, uma escultura que mostra Jesus Cristo crucificado, coberto de ferimentos e ensanguentado. Segundo ele, seria uma reprodução fiel de seu estado físico logo após a sua morte.
Segundo o escultor e professor da Universidade de Sevilha, Juan Manuel Miñarro, "essa imagem só pode ser compreendida com olhos de quem tem fé. A princípio, ela pode chocar pelo realismo, mas se trata de uma peça única no mundo que reproduz com fidelidade a cena do calvário", completou o autor que levou mais de dois anos para concluir sua obra.
A escultura detalha cada ferimento no corpo de Cristo a partir de dez anos de estudos sobre o Santo Sudário, o tecido que teria coberto o corpo de Jesus em seu sepultamento. Pesquisas promovidas pelas universidades de Córdoba também contribuíram para chegar à obra que é hoje.
A escultura do Cristo ensanguentado está exposta desde o dia 11 de março na Igreja Católica Pedro de Alcântara, na cidade de Córdoba, e sairá em procissão pelas ruas da cidade durante a Semana Santa.
Exatidão matemática
Com base na análise do sudário, o escultor tentou reproduzir "com exatidão matemática" as perfurações causadas pela coroa de espinhos, as feridas decorrentes da flagelação e as lacerações produzidas pelas quedas durante a Via Crucis.
A estatura, o tamanho da cabeça, tronco e extremidades, a fisionomia do rosto e até o detalhe do pé esquerdo sobrepondo-se ao direito têm como referência a relíquia histórica.
A pesquisa também incluiu investigações sobre o material usado nos chicotes com bolas de metal nas pontas usados para açoitar Jesus. A reprodução da coroa de espinhos foi feita com galhos de uma planta chamada jujube (zizyphus spina christi), que seria a planta originalmente usada para construir o instrumento de tortura.
Uma equipe de médicos fez um estudo hematológico para diferenciar as marcas de sangue derramado antes e depois da morte de Cristo, para que a pintura da escultura pudesse refletir essa diferença, especialmente nas chagas das costas, mãos e pés.
O autor chegou a trazer areia de Jerusalém para reproduzir as marcas das quedas durante o calvário nos joelhos e tronco de Jesus.
Realismo polêmico
"A intenção é situar os fiéis naquela realidade e que quem olhe a imagem tenha uma visão o mais próxima possível do que realmente ocorreu", afirmou o professor da Universidade de Córdoba e participante da pesquisa, Miguel Rodríguez Pantoja.
Mas todo esse realismo não foi bem aceito por todos. Quando a ideia surgiu pela primeira vez, nos anos 90, o projeto chegou a ser impedido pelo bispo de Sevilha, Javier Martínez, que o considerava agressivo. Há três anos, porém, foi retomado depois da mudança na cúpula do clero.
Fonte: BBC Brasil
Via: Patio Gospel

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